Situação actual de arborização em Macau

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Dia : 31/01/2023

Área

A superfície da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) tem vindo a aumentar mercê dos aterros feitos na sua orla marítima, passando gradualmente de uma área de 11,6 quilómetros quadrados em 1912, ano em que se efectuou o primeiro registo da área do território, para uma área de 33 quilómetros quadrados que inclui a Zona A das Novas Zonas Urbanas e a Zona de Administração do Posto Fronteiriço de Macau da Ilha Fronteiriça Artificial do Posto Fronteiriço Zhuhai-Macau da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, tendo, ainda, o Novo Campus da Universidade de Macau uma área de um quilómetro quadrado. Macau inclui a Península e as ilhas de Taipa e de Coloane. Três pontes - a Ponte Governador Nobre de Carvalho, a Ponte da Amizade, a Ponte de Sai Van - ligam à península de Macau e à ilha de Taipa, enquanto o aterro - COTAI- liga à ilha da Taipa e à ilha de Coloane.

População

A população de Macau é de 671.900 habitantes, ou seja, +100 pessoas, em termos anuais. A população feminina representou 53,0 por cento da população total.

Clima

Macau situa-se geograficamente na zona subtropical, tendo a norte o continente e a sul o mar. No Inverno está sujeita à alta pressão fria continental de alta e média latitude, razão por que sopra principalmente o vento do norte; o tempo é relativamente frio e seco, e chove pouco. No Verão está sujeita principalmente à influência de condicionantes climatéricas tropicais, e do mar, soprando principalmente o vento do sudoeste, sendo a temperatura relativamente alta, a humidade grande e a precipitação abundante.

A temperatura atmosférica anual de Macau é, em média, de 22,8ºC, sendo Janeiro o mês em que a temperatura média é menor: apenas 15,2ºC; na maioria dos anos também se registam dias frios em que a temperatura é inferior a 5ºC, embora o período frio seja muito curto. Em Macau, há sete meses em que a temperatura mensal é superior aos 22ºC.

Macau é frequentemente assolado por tufões. A estação dos tufões vai de Maio a Outubro, no entanto Julho e Setembro são os meses que registam maior frequência de tempestades tropicais.

Área de zonas verdes

Com base nos Critérios de Classificação dos Espaços Verdes de Macau (2015), a área de zonas verdes urbanas de toda a cidade de Macau (incluído o Novo Campus da Universidade de Macau na Ilha de Hengqin) em 2020 é de cerca de 12,3 quilómetros quadrados, representando cerca de 36,4% da área territorial total de Macau naquele ano, e a área de zonas verdes por habitante é de cerca de 18,05 metros quadrados. A maioria dessas zonas verdes está sob a gestão do Departamento de Zonas Verdes e Jardins do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) e são classificadas em quatro categorias, nomeadamente: parques, zonas de lazer/faixas verdes, zonas florestais e outras áreas arborizadas.

Parques, jardins e zonas de lazer de Macau

No total, há 42 parques e jardins, localizados principalmente nas Zona Norte, Zona Leste e Zona Sul da Península de Macau, e existem quatro parques naturais nas Ilhas. Como os parques são locais onde os residentes se reúnem e realizam actividades durante longo tempo, a concepção dos parques não só se centra na paisagem arborizada, mas também requer muitas instalações complementares, tais como campos desportivos, instalações de diversão infantil, bibliotecas, piscinas e carros eléctricos para crianças, o que torna a gestão deste tipo de espaços mais complexa e difícil. Embora muitos parques tenham uma história longa, a combinação das plantas permite atender aos gostos modernos das pessoas. Por exemplo, com base na composição dos desenhos paisagísticos ou no estilo dos parques, são introduzidas e cultivadas diferentes espécies de plantas, tais como o pessegueiro, a ameixoeira, o bambu preto, o narciso sul-americano, a azálea e várias outras plantas aromáticas.

Há, no total, 74 zonas de lazer, que estão principalmente distribuídas pelos espaços vazios entre as ruas ou os edifícios residenciais da Península de Macau, onde existe uma maior densidade populacional. Através da melhoria do ambiente nos bairros, do aumento dos espaços verdes e da colocação de vários tipos de instalações de lazer, as zonas de lazer tornam-se locais importantes, onde as pessoas se comunicam, descansam e apreciam flores e árvores.

Conservação e gestão das áreas florestais

Nos últimos anos, as áreas florestais foram severamente danificadas, devido à passagem de vários supertufões por Macau. Além disso, o crescimento rápido de trepadeiras fez com que estas cobrissem uma grande área florestal, afectando o crescimento normal das árvores nativas e impedindo a renovação natural das áreas florestais. Para acelerar a recuperação do ambiente ecológico das áreas florestais de Macau, desde 2018, o IAM tem lançado, de forma faseada, vários programas de recuperação florestal e, em 2022, concluiu a 3.ª fase do plano de recuperação florestal, tendo sido plantadas, nesse âmbito, quase 15.000 mudas nas zonas florestais ao redor do Parque Natural da Barragem de Hac Sá e do Parque Natural da Taipa Grande, abrangendo uma área total de 15 hectares.

A 4.ª e a 5.ª fases do plano de recuperação florestal tiveram início, respectivamente, em Setembro e Novembro de 2022, cada uma com o objectivo de recuperar uma área florestal de 35 hectares, o que totaliza 70 hectares. Entre as áreas florestais, foram concluídas, em finais de Dezembro, a plantação e a aprovação de 3100 árvores numa área relativamente pequena, de cerca de cinco hectares, na Colina da Guia, abrangida pela 4.ª fase do plano; neste momento, a área encontra-se em fase de conservação. Além disso, os trabalhos de recuperação de mais zonas em Coloane, nomeadamente o lado norte do Monte Ká Hó/lado sul da Estrada do Altinho de Ká Hó e o Alto de Coloane, zonas previstas na 4.ª fase, e a Zona C do lado sul da Estrada do Altinho de Ká Hó, o Monte Ká Hó, a Granja Óscar e o lado norte da Barragem de Ká Hó, zonas previstas na 5.ª fase, também começaram no início de Setembro e Novembro e estão a ser levados a cabo de forma ordenada; segundo as estimativas, estarão concluídos, respectivamente, no segundo e no terceiro trimestres de 2023.

A fim de estimular o desenvolvimento multifacetado das zonas reflorestadas, o IAM criou várias terras húmidas de água doce, que já produziram resultados visíveis. Nas Ilhas, há neste momento 14 trilhos, no total, 12 dos quais localizados em Coloane, e alguns já foram interligados e formam um sistema em rede.

Arborização das ruas

Como Macau é uma cidade pequena, mas densamente povoada, há poucas estradas largas. Por isso, existem grandes dificuldades e desafios para conseguir arborizar os limitados espaços ainda desocupados. Esta tarefa é quase impossível nas zonas antigas e é apenas possível nas novas áreas urbanas construídas, onde é preciso, mesmo assim, fazer um planeamento com antecedência na elaboração do plano urbano, para criar efectivamente condições de arborização nas ruas. Visto que a Taipa e o Cotai são áreas urbanas novas, já foram reservados espaços para arborização na altura do planeamento das ruas. No entanto, nas zonas antigas da Península de Macau, onde há uma grande densidade de edifícios residenciais e ruas estreitas, é muito difícil encontrar espaços para arborização. Entretanto, a fim de aumentar o número de elementos arborizados na cidade, o IAM estudou activamente os locais onde se poderão plantar árvores por todas as zonas de Macau e pelas Ilhas, como passagens superiores para peões, pilares sob viadutos, coberturas dos depósitos de lixo fechados, entre outros, para poder adicionar elementos de arborização de diferentes naturezas, com a plantação de trepadeiras ou arbustos, dentro das condições que assim o permitam, por forma a embelezar o ambiente urbano. Por outro lado, nos casos em que é difícil expandir a área de arborização nas ruas, o IAM procurou melhorar a situação através da elevação da qualidade das zonas verdes existentes. Por exemplo, em termos de infra-estruturas, melhorando a qualidade do solo, instalando sistema de rega, actualizando as espécies de plantas e combinando plantas de diferentes cores, tais como a coração-magoado, o pingo-de-ouro, a árvore-de-pagode, a Casuarina nana, a árvore da pimenta, a pita, a Schefflera arboricola 'Jacqueline', a árvore-guarda-chuva, o coqueiro-de-vénus, bem como plantas floríferas, incluindo a alamanda-amarela (dedal-de-dama), a buganvília e as plantas aromáticas, como a flor-do-imperador. Além disso, em termos de selecção de espécies de árvores de rua, também foram introduzidas espécies diferentes de árvores ornamentais, criando assim diferentes paisagens arbóreas nas diferentes zonas; as espécie incluem: a amendoeira-de-madagáscar, a yanmin (Dracontomelon duperreanum), a Koelreuteria elegans, a Garcinia subelliptica Merr., a Ficus benjamina, o jacarandá-mimoso, a árvore aranha, entre outras.

Continuar envidar esforços na promoção do trabalho de arborização na sociedade

Os frutos do trabalho de arborização não só dependem dos recursos materiais e humanos do Governo, mas também requerem a colaboração e participação de toda a população. Para que o trabalho de arborização seja um tema mais conhecido do público, além de continuar a melhorar o ambiente arborizado da cidade, o IAM organiza, todos os anos, a Semana Verde de Macau e realiza regularmente exposições e actividades temáticas sobre plantas. Com o objectivo de envolver o público no trabalho de arborização, o IAM também já organizou o Programa de Incentivo à Arborização de Macau, em que procurou levar o conceito de arborização do ambiente do exterior para as casas das famílias e para as escolas, e reforçar a divulgação ao público de informações relativas à arborização e protecção da Natureza.

Um bom trabalho de arborização pode não só elevar a qualidade de vida, como também melhorar o ambiente ecológico e impulsionar o turismo. O IAM continuará a reforçar o trabalho de arborização e a incentivar a participação do público, promovendo assim a participação voluntária de todos no processo de arborização, a fim de criar, em conjunto, um ambiente habitacional arborizado de melhor qualidade para Macau.

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